TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL


A Terapia Cognitivo-Comportamental baseia-se na hipótese de que as emoções e os comportamentos das pessoas são influenciados pela percepção que têm do mundo onde vivem, do que acontece à sua volta, entendendo que não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas a maneira como essa situação é interpretada: "O importante não é o que acontece conosco, mas o que fazemos com esse acontecimento"

O afeto e o comportamento das pessoas são determinados pela maneira como as pessoas estruturam o mundo, as quais vão apresentar reações comportamentais, emocionais e fisiológicas de conformidade com a interpretação que fizeram das situações vivenciadas. Essa situação gerará um pensamento (automático), proveniente de uma crença (central), que provocará as respectivas reações.

As crenças centrais são idéias absolutistas e rígidas, profundamente arraigadas, formadas no período da infância sobre a própria pessoa ( "Eu sou um fracasso" ), sobre os outros ("Ninguém presta") ou sobre o mundo ( "O mundo é perigoso e hostil" ).

O objetivo da Terapia Cognitivo-Comportamental é identificar os pensamentos automáticos, as crenças centrais e reestruturá-las, propiciando condições adaptativas de vida para a pessoa, mediante uma nova visão de si mesma e do mundo que a cerca.

A terapia cognitivo-comportamental objetiva a modificação de hábitos ou atitudes desadaptativas e sua substituição por padrões novos e apropriados ao bem-estar do indivíduo. Os métodos inerentes à terapia cognitivo-comportamental fundamentam-se nas crenças de que os comportamentos persistentes e desadaptativos foram aprendidos, portanto, o tratamento efetivo consiste de variadas formas de "desaprendizagem", isto é, o comportamento inadequado aprendido pode ser desaprendido. A terapia comportamental fundamenta-se nos princípios da teoria da aprendizagem e das teorias cognitivistas. Ela é usada em uma variedade de situações, entre elas, em queixas que envolvem fobias, compulsões, reações psicofisiológicas, disfunções sexuais etc.

São várias as técnicas utilizadas na terapia cognitivo-comportamental: dessensibilização sistemática, relaxamento muscular progressivo, exposição gradual com prevenção de resposta, modelagem, treinamento em habilidades sociais, entre outras. Uma das técnicas comportamentais de muito uso junto com a hipnoterapia é a dessensibilizãção sistemática, criada por Joseph Wolpe, que se baseia no princípio do contracondicionamento, onde o indivíduo pode superar a ansiedade desadaptativa provocada por uma situação ou objeto, aproximando as situações temidas gradualmente, em um estado psicofisiológico que iniba a ansiedade. Para que ocorra a dessensibilização é importante que o sujeito esteja em completo estado de relaxamento, o que já implica um estado de transe hipnótico, assim o relaxamento muscular progressivo por si só é um meio de indução de transe.

A terapia cognitivo-comportamental baseia-se no raciocínio teórico de que o afeto e o comportamento de um indivíduo são determinados pelo modo como ele estrutura o mundo, e essa estruturação fundamenta-se em cognições, que são idéias verbais ou imagens que estão disponíveis à consciência em função de esquemas cognitivos desenvolvidos a partir de experiências anteriores. A TCC é um tipo de terapia estruturada, que usa a colaboração ativa entre paciente e terapeuta para atingir seus objetivos. As principais técnicas cognitivas são: identificação de pensamentos automáticos e de crenças disfuncionais, bem como a respectiva testagem e validações desses pressupostos distorcidos.

A hipnose é uma técnica que pode ser empregada no processo de reestruturação cognitiva e na conseqüente mudança cognitiva e comportamental. Os fundamentos da terapia cognitivo-comportamental são utilizados na hipnoterapia, enquanto a técnica da hipnose é uma ferramenta que pode ser usada na terapia cognitivo-comportamental.

Nós somos aquilo que pensamos. "Naquilo que se pensa, é naquilo que a coisa se torna" (J. Lacan). Nossas crenças podem se transformar em profecias auto-realizadoras. Se cremos na saúde, tendemos a desenvolver hábitos saudáveis; se, ao contrário, pensamos na doença, tendemos a nos sentir mais vulneráveis. Segundo a Terapia Cognitivo-Comportamental, as autoverbalizações negativas podem afetar a saúde de um indivíduo, mas essas autoverbalizações (auto-hipnose negativa), representadas pela aceitação e repetição sem críticas de pensamentos ou imagens negativas sobre si mesmo, podem ser superadas mediante a substituição por imagens ou pensamentos positivos e mais adaptativos, isto é, uma auto-hipnose positiva. Em estado de transe, o paciente pode ser levado a descobrir, mediante processo de regressão para o momento da vivência da situação-problema, as crenças disfuncionais geradoras dos pensamentos automáticos negativistas, entender a irracionalidade dessas crenças e, depois, ser orientado a construir novos pensamentos substituição aos negativos.